segunda-feira, 31 de maio de 2010

O que andamos a perder?


Numa manhã gelada de Janeiro de 2007, estação de metro de Wahington DC.
Um homem com um violino tocou seis peças de Bach durante 45 minutos. Durante todo esse tempo aproximadamente 2000 pessoas passaram por ele, entrando ou saindo da estação de metro, a maior parte deles a caminho do trabalho.
Após 3 minutos:
Um homem de meia idade reparou que estava ali um músico a tocar, abrandou o passo, parou por alguns segundos e voltou a andar novamente.
4 Minutos depois:
O violinista recebeu o seu primeiro dollar: uma mulher atirou-lho para o chapéu que estava no chão sem para de andar e seguiu.
6 Minutos depois:
Uma mulher nova encostou-se a uma parede para o ouvir, depois olhou para o seu relógio e continuou a andar novamente.
10 Minutos depois:
Um miúdo de 3 anos parou, mas a sua mãe empurrou-o e arrastou-o pelo caminho. A criança parou ainda mais uma vez para olhar para trás, mas a sua mãe agarrou-o pela mão e puxou-o pelo resto do caminho. A criança continuou a andar sempre com a cabeça a olhar para trás para o violinista. Esta situação repetiu-se alguma vezes, todos os país fizeram com que as suas crianças andassem o mais rapidamente possível dali.
45Minutos depois:
O músico tocou sem parar, apenas 6 pessoas pararam para o ouvir um pouco, cerca de 20 deram-lhe dinheiro mas não pararam de andar. No total o músico recebeu 32 dollars.
1 Hora depois:
O músico parou de tocar, ficou o silêncio. Ninguém reparou nisso, ninguém aplaudiu ou houve qualquer reconhecimento do seu trabalho...
Ninguém sabia que o violinista se tratava de Joshua Bell, um dos maiores músicos do mundo!
Ele tocou uma das peças mais difíceis alguma vez escrita com um violino que vale 3.5 milhões de dollars.
Dois dias antes Joshua Bell esgotou uma sala de espectáculos em Boston onde a média dos bilhetes vendidos foi de 100 dollars.
Esta experiência foi organizada pelo Washington Post como parte de uma experiência social sobre a percepção, gosto e as prioridades das pessoas. A pergunta levantada foi: "Num sitio público a uma hora inapropriada, será que nos apercebemos da beleza? Paramos para observá-la? Reconheceremos talento num contexto inesperado?!"

Uma das possíveis conclusões retiradas desta experiência foi:
Se não temos um momento para parar e ouvir e apreciar um dos melhores músicos do mundo, a tocar uma das músicas mais belas e difíceis de tocar, alguma vez já escritas, num dos instrumentos mais belos...

... Quantas outras coisas não estaremos nós a perder???

Vejam aqui o vídeo...


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